Ainda não temos um Plano B

Ainda não temos um Plano B

 

 

Um dos assuntos mais comentados do mês de setembro foi o congresso da ONU sobre as questões climáticas do planeta. Líderes de países, ativistas, imprensa e tantos outros se encontraram em Nova York na semana passada para discutir entre outras coisas o difícil, e na visão mais limitada de alguns quase impossível, casamento entre a preservação ambiental e interesses políticos e comerciais.

Mas o que além do fato em si – ONU, líderes mundiais, imprensa, dinheiro e preservação ambiental – poderia ser ainda mais relevante e por consequência mais midiático? Uma garota sueca de 16 anos chamada Greta Thunberg.

Greta é um tanque de guerra. Sim, o meio ambiente também precisa de tanques de guerra. Discurso forte, profundo e cheio de fatos concretos e estatísticas bem realistas sobre o quão estamos todos esgotando sem nenhum critério os recursos naturais do planeta. Sei que as opiniões sobre ela são bastante polarizadas e não tenho aqui a intenção de gerar uma discussão sobre esse tema. Mas provoco aqui uma reflexão: o que podemos aprender de fato com essa garota?

O tripé propósito, discurso e ação é um deles. Não haverá mudança real se a iniciativa privada não entrar de verdade nesse game, onde o único vencedor de fato precisa ser o planeta. Greta dá uma aula sobre liderança, sobre engajamento, sobre dados, mídias sociais e mais uma lista grande de atributos que qualquer corporação hoje corre atrás e gasta milhões e horas para tentar conquistar.

É bem verdade que algumas empresas pioneiras já aderiram de alguma forma a compromissos públicos de redução real de emissão de gases através do Pacto Global https://www.pactoglobal.org.br como por exemplo a Natura, Malwee e Kablin citando apenas algumas das brasileiras. Mas esse é um caminho longo e mais uma vez eu sugiro que todos nós façamos o exercício de tentar enxergar como será o mercado daqui a 10 anos com os impactos relacionados a crise climática. Como será o seu dia-dia no trabalho quando começar a escassez de água, de gasolina e de tantos outros recursos essenciais para a vida moderna e nossa sobrevivência?

Todos nós sem exceção podemos de alguma forma sairmos do discurso e partimos para a ação. E esse, na minha opinião, é o maior legado dessa tão jovem garota. Todas as áreas – RH, Vendas, Marketing, Logística, etc – podem rever seus processos e propor metas para redução de perdas, descartes, emissão e tantos outros processos. Do copo de cafezinho de plástico, passando por home office, programas de incentivo, sessões de conscientização, revisão de parceiros e fornecedores, até decisões mais robustas como as tomadas pelas empresas que cito mais acima.

O ponto é que qualquer empresa e de qualquer tamanho precisa agir e de fato se engajar nessa, que deixou de ser a luta por uma causa. Ela é uma realidade e as consequências estão aí estampadas em todos os veículos de comunicação. Goste você ou não.

 

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